“Nem sempre. O fracasso escolar pode ser consequência de dificuldades no processo de aprendizagem ou distúrbios neurológicos.”
As dificuldades são observadas pela falta de maturidade para iniciar o processo de alfabetização, falta de estimulação adequada nos pré-requisitos necessários ou até mesmo pelo método de ensino inadequado para aquela criança. Portanto, não podemos simplesmente usar o rótulo de mau aluno, além de desmotivar e afetar a autoestima da criança, dificulta a percepção de questões importantes a serem observadas.
“Porém existem vários distúrbios neurológicos que dificultam o aprendizado. São maneiras diferentes do cérebro funcionar.
Estes distúrbios são descritos como dislexia, déficit de atenção, hiperatividade, entre outros. Dislexia é um dos distúrbios de aprendizagem específico da linguagem. É caracterizada por dificuldades na leitura, escrita e soletração. Estima-se que cerca de 15% da população mundial é disléxica. É uma condição hereditária com alterações genéticas que apresentam alterações no padrão neurológico.
“Os disléxicos em geral apresentam um QI acima da média, mas tem grande dificuldade com a leitura, escrita ou até com a memória imediata. Mesmo assim o disléxico pode desenvolver habilidades alcançando grande sucesso. Nomes como Walt Disney, Robin Willians, Michaelangelo, Albert Einstein, Tom Cruise entre tantos outros conseguiram desenvolver suas habilidades de forma maravilhosa.”
A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura mas em tratamento, ou seja uma maneira adequada de lidar com as dificuldades geradas por este distúrbio. Assim os professores e os pais devem ser orientados após diagnóstico realizado por uma equipe multidisciplinar (psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista).
Assim o profissional deve traçar um plano de tratamento que facilite o caminho acadêmico da criança ou até do adulto. A novela da Rede Globo, Duas Caras, apresentou uma personagem, Clarissa, interpretada pela atriz Bárbara Borges, que é disléxica. A dislexia está sendo mais divulgada e assim as diferenças podem ser melhor compreendidas, na busca de uma melhor qualidade de vida.
Fátima Rosana Cavenaghi Moraes de Souza
Psicóloga e Psicopedagoga
CRP-06/113259