Teimosia e desobediência são comportamentos comuns em crianças e pré-adolescentes, mas em excesso é importante prestar a atenção se esse comportamento não é sinal de um possível TOD, sigla para Transtorno de Oposição Desafiante.
Como em qualquer outra patologia, é fundamental que pais ou responsáveis fiquem de olho, procurando o diagnóstico desse transtorno o mais cedo possível, afim de evitar prejuízos em áreas relacionadas ao desenvolvimento social e cognitivo de seus filhos.
Transtorno de Oposição Desafiante é um tipo de transtorno disruptivo do comportamento com algumas características muito específicas, como desobediência e comportamento desafiador constante.
Mesmo em crianças muito bem educadas, fases rebeldes são inevitáveis no decorrer de seu desenvolvimento. A curiosidade e o questionamento são fatores constantes nesse período da vida, podendo levar a irritação quando frustradas em seus pensamentos e/ou planejamentos.
Entretanto, quando esse comportamento é constante, difíceis de serem articuladas, gerando prejuízos na vida familiar, escolar e em seus relacionamentos, é necessário prestar atenção.
Buscar o auxílio de um profissional capacitado é o primeiro passo. O psicólogo e o psiquiatra são aqueles que vão poder avaliar cada situação e oferecer informação de confiança sobre cada caso.
Nos casos de TOD, as crianças costumam reagir de forma agressiva quando tem suas vontades frustradas, não gostam e resistem intensamente a regras e imposições de autoridade. Debatem até o último argumento e não sentem responsabilidade pelo mau comportamento.
A idade é outro ponto importante a se considerar, segundo a literatura o TOD costuma aparecer ainda em idade pré-escolar, geralmente antes dos 10 anos.
Ainda não foram descobertas causas genéticas que levem ao desenvolvimento do Transtorno Opositor Desafiante, mas certamente o ambiente é fator fundamental para estimular um comportamento difícil. Perda de figuras paternas ou maternas, ambiente familiar conflituoso, abandono ou o nascimento de um irmãozinho são alguns dos eventos que podem influenciar o desenvolvimento do TOD.
Além das questões já citadas anteriormente, uma criança com TOD, e sem o devido tratamento pode acarretar:
– Prejuízos no aprendizado de viver em sociedade, considerando que tamanha teimosia e os súbitos acessos de raiva afastam outras crianças;
– Atraso no desenvolvimento cognitivo e acadêmico, pois a criança tende a buscar sempre soluções por conta própria, tendo grande dificuldade em pedir o auxílio dos professores;
– Desenvolvimento de Transtorno de Conduta na adolescência.
Observar a atitude e o comportamento da criança, e aplicar tratamento adequado pode evitar a evolução do quadro, ampliando a qualidade de vida e garantindo uma infância saudável.
As atitudes devem ser constantes e gerar prejuízo ao dia a dia da criança. Dentre os comportamentos em destaque estão:
– Ataques de raiva;
– Frequentes discussões com autoridades, como pais e professores, e colegas;
– Atitude vingativa;
– Comportamento hostil;
– Agressividade;
– Recusa em aceitar e seguir regras;
– Negativismo.
Por vezes o TOD é confundido no senso comum com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Mas ainda que sejam patologias muito diferentes, estudo é relatado que 50% dos pacientes com TDAH também tem TOD, considerando ainda o TDAH como um fator de risco para o desenvolvimento do TOD.
A infância é parte fundamental e basilar do desenvolvimento humano. Garantir uma infância saudável é o melhor caminho para garantir uma adolescência e vida adulta plena e desenvolvida. Após o diagnóstico, o tratamento para o Transtorno Opositor Desafiante é feito com técnicas de modificação de comportamento que busquem reforçar atitudes produtivas (positivas) e afastar padrões prejudiciais (negativos). O trabalho é multidisciplinar, com a parceria entre o psicólogo, psiquiatra, pais e professores, garantindo dessa maneira a melhora no comportamento infantil.
Bruno Moraes
Psicólogo Comportamental Cognitivo
CRP-06/119065
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